[REVIEW] Red (Taylor's Version) – Taylor Swift


Red (Taylor's Version)

Taylor Swift



★ 9,7

Gênero: Country/Pop
Selo: Republic


Em 2012, Taylor Swift lançava o seu melhor projeto da época, e que tirava esse posto do anterior Speak Now, graças à esse projeto, ela se consolidou dentro da indústria e provou que sabia fazer música boa. E depois ocorre a situação da Big Records Machine, Scooter Braun, Swift e seus projetos que não podiam ser reivindicados como posse da autora, e como qualquer outra artista, ela revogaria seus direitos sobre a posse de seu disco e lançaria Red (Taylor's Version), que pra mim consertou vários pontos negativos que eu tinha a respeito da versão roubada do disco e que irão ser discutidos ao decorrer da review.

Como são 30 músicas, e por pura preguiça, eu prefiro não descorrer muito sobre as músicas (nota: eu descorri muito).

Pela primeira vez e na época em que Red foi lançado, Taylor havia feito uma introdução realmente boa, "State Of Grace" é uma música em que pinta o amor sonoramente e como tudo nesse sentimento se apresenta ser lindo e gracioso de primeira vista, bem como "Red" e "Treacherous" são, respectivamente, um amor vermelho, majestoso e eterno, bem como o fogo é, e um amor que é perigoso e fatal, mas inevitável.

Essas três primeiras músicas são só a introdução de como o relacionamento entre Taylor e Jake tinha começado, e bem sabemos que tal relacionamento foi cheio de lutas e dores, e as músicas teriam que amargar em algum ponto da narrativa, e "I Knew You Were Trouble" é onde seu rosto se retrai pela amargura, já que no ponto da história, além dele ser o sentimento da artista em relação à amargura de Jake, é também umas das músicas que menos me agradam nesse projeto.

A cantora já deveria saber, é culpa dela ter pensado que tudo isso seria diferente se ela tivesse escolhido não o amar, e se convence desses pensamentos escuros, e em All Too Well ela se livra da culpa, pois sabe que quem não esteve ali todo tempo foi ele, e por mais que lutassem, não conseguiam permanecer um pro outro, então seguem separados.

Na montanha russa de corações partidos que o álbum é, "22" é música que tem o papel de descontração da história e é onde ela celebra o aniversário de suas amigas, esquecendo do ex-amante, ou pelo menos ela tenta, porque em "I Almost Do" ela ainda vive absorta e presa nos pensamentos de que o quer de volta e que pode oferecê-lo outra chance de amá-la, conceito esse que se quebra completamente com "We Are Never Ever Getting Back Together" e que se convence de que mesmo que possa cedê-lo uma chance, ele irá voltar a magoá-la e que prefere que jamais, nunca e em sequer nenhum outro universo, eles tenham a chance de ficar juntos, dentre essas três I Almost Do é a que mais se sobressai instrumentalmente, mas dou o mérito para Taylor diante das outras duas músicas, por ter encaixado bem na narrativa do álbum, mas ainda assim, acho elas um tanto quanto inferiores ao restante do disco.

Se pergunta em "Stay Stay Stay" se ele teria ficado e amado ela, como ela fez por ele; O expõe em "The Last Time", contando uma narrativa de uma garota que é seduzida pelas promessas do ex-amante de que irá a amar de verdade, sendo esse o basta para Taylor e toda a história que tiveram juntos, e "Holy Ground" a lembra de que apesar do curto período de tempo em que estavam juntos, ela teve um pouco de felicidade, aprendeu e amadureceu desse relacionamento tóxico, "Sad Beautiful Tragic" conta a maneira que reagiu diante do seu término, ao mesmo tempo em que foi triste e trágico, foi lindo, por que ela estava livre e com o conhecimento o suficiente de como identificar um relacionamento saudável (ela acha né porque depois foi com o Harry que ela se decepcionou).

Entrando nas faixas de "luxo", a cantora observa o quadro de Ethel e Bobby Kennedy e se pergunta em "Starlight", como seria se os dois tivessem trabalhado nas dores um do outro mutualmente, e sua infelicidade em constantemente se perguntar de como tudo seria diferente abala constantemente a cantora. Taylor se vê severamente exposta pelo relacionamento dos dois e como a mídia lidou com ele e decide se abster do cenário, e em "The Lucky One" se compara com uma estrela que brilha, cai e some, e ao durante o período que estava fora, ela viu o seu amor por alguém acender novamente, em "Begin Again" e percebe que depois de um término que lhe feriu com marcas de amadurecimento e seriedade, é difícil voltar a amar alguém novamente, e ela se conta um pouco sobre como lidou com esses pela primeira vez quando estava com Jake, quase como uma música oposta à "22", em "The Moment I Knew" ela percebe que tudo estava fadado a terminar quando ele não apareceu no seu aniversário de 21 anos e em "Come Back...Be Here", ela conta mais sobre a sua constante abstenção no namoro, e como ele nunca se importou com seus sentimentos e sempre a largava sozinha nos momentos de felicidade, nas constantes brigas e nos eventos, e em "Girl At Home" ela se vê sozinha em casa, mas restaurada de todo ocorrido em sua vida, ela fecha o álbum com "State Of Grace (Acoustic Version)", que é o ponto em que ela se vê restaurada, e num estado de graça, percebe que o amor por ela vai sempre se recuperar, e mais do que isso, vê que o amor que ele a deu, nunca foi um amor de maturidade e estar presente, e que ela nunca perceberia isso quando tinha aquela idade e que esse amor problemático vinha, e não sabia que depois de tudo, nunca mais seria a mesma, mas esse é o estado de graça dela e recupera pela primeira vez o amor vermelho por ela mesma.

Depois da versão acústica de "State Of Grace", há músicas que contam um pouco da narrativa do término e outros eventos que a cantora sentiu, não sou capaz de por em palavras oque sinto por "Ronan", além de ser uma música que me lembra muito "16 / 04 / 16" do Cavetown, eu sou capaz nem de avaliar a dor que é perder alguém muito importante e novo demais pra ter ideia de que partiria. "Better Man" e "Babe" conta mais daquilo que já contara em outras faixas, que é a superação de um relacionamento tóxico e como toda dor foi transformado em amadurecimento bem como em "Sad Beautiful Tragic". "Nothing New", trás uma outra visão mas bastante atrelada ao conceito do álbum, da mesma forma que o amor de Jake por Taylor foi se esfriando com o tempo, assim é a indústria musical para com as artistas femininas, que com o tempo vai fazendo descaso com seu talento, e a idade e aparência sendo oque mais importa dentro desse ramo. E da mesma forma em que Taylor canta em "Come Back...Be Here", sobre esperar por alguém que nunca a amou, ela transforma essa espera em algo bom e torce pra que dê certo "Message In A Bottle", sendo essa uma música feita antes de "Come Back...Be Here", e antes de todo término acontecer. E o momento do ápice das faixas do "From The Vault" é o "I Bet You Think About Me", que de primeira vista, parece muito com as canções do seu debute, que provavelmente foi retirada da tracklist principal do álbum de 2012 porque o tom de término do álbum deveria soar como a superação desse relacionamento e não que ela ainda tinha uma obsessão por Jake, e a faixa revela que apesar de tê-lo superado, ela não vai esquecer dele, muito menos ele dela. "Forever Winter" é uma carta para seu amigo do passado, ao qual sofria constantemente e compulsoriamente com sua saúde mental, até o ponto de afetar seus amigos, e Taylor é aquela que se vê na obrigação de se preocupar e ajudar, mesmo que ele não irá fazer isso por ela.

"Run" é o desejo de Taylor voltado a tona, o desejo de querer estar com ele e correr contra todas os problemas, medos, pessoas e desentendimentos que os cercam, e queria que estivessem de volta em "The Very First Night", onde ela queria que o relacionamento tivesse parado no tempo, o tempo do primeiro encontro, dos primeiros olhares, do primeiro beijo. E a genialidade da artista culmina na versão não lançada de dez minutos da música "All Too Well (10 Minute Version)", onde ela conta com todos os detalhes como tudo terminou, e fechando o álbum da melhor maneira possível.

E com singles separados, mas ainda assim são do álbum, "Eyes Open" e "Safe & Sound" sendo músicas que apesar de serem de um EP do Red, se destacam e combinam com o tema do álbum, em uma ela diz que precisa estar atenta para sobreviver, que combina com a história de Katniss da franquia Jogos Vorazes, só que mais ainda, Taylor deve estar atenta para a mídia, que a perseguiu durante um relacionamento que forçou o seu amadurecimento. Em outra, Katniss sussurra pra sua irmã Prim que estão seguras. Esses sussurros que dão ar de fechamento para o álbum e toda essa narrativa, que apesar de tudo, no fim, Taylor se sente segura em se expressar, e enfatiza o fato que está sã e salva de um amor trágico e cruel.

"Red" é o seu álbum mais coeso, mais envolvente no que diz respeito à términos de relacionamentos, e apesar de ter uma das histórias mais lindas de superação, o álbum não é perfeito e falha em um considerável número de vezes, "22" é um ponto bem grande de interrogação no meio da história que Taylor quer contar, além de ser um tanto quanto básico na sua sonoridade, em "I Almost Do", ela entrega sonoramente, muito do mesmo que ela já havia feito no seu debute Taylor Swift, que são músicas country que a frase no final do refrão sempre vai ser o título da música, e me deixa bastante irritado com fato de muitas das suas músicas parecerem as mesmas sonoramente, tá certo que "Red" se configurou ser bem diferente do sertanejo americano que os seus álbuns anteriores, sendo bem mais uma mistura de pop contemporâneo e country, mas ainda há músicas que se parecem muito, que é o caso de músicas como "Everything Has Change" e "The Lucky One", e não irei me aprofundar em "Stay Stay Stay", que de longe é uma das piores músicas que ela já produziu, amo o fato de ela ter salvo a música na regravação do disco, mas ainda assim, as marcas do passado permanecem na faixa, que no caso é o fato dela parecer uma música da galinha pintadinha.

Muitos artistas já falaram e fizeram álbuns com experiências completas de como é estar em ruínas sob um relacionamento tóxico, mas na época, o principal foco da mídia era mostrar o relacionamento de Jake e Taylor, e mostraram com tanta frequência, que existia um sentimento de mutualidade para com os dois, então, além da Taylor capturar um tema que já é bastante explorado (e melhores que ela), o fato do convívio constante dos dois e seu término, nos deixa muito mais próximos do que imaginamos do álbum.

Meu ranking:
1. The Last Time (feat. Gary Lightbody of Snow Patrol) — 5/5
2. All Too Well (10 Minute Version) (From The Vault) — 5/5
3. I Bet You Think About Me (feat. Chris Stapleton) — 5/5
4. State Of Grace — 5/5
5. Nothing New (feat. Phoebe Bridgers) (From The Vault) — 5/5
6. All Too Well — 5/5
7. Sad Beautiful Tragic — 5/5
8. Safe & Sound (feat. Joy Williams & John Paul White) — 5/5
9. Come Back...Be Here — 5/5
10. I Almost Do — 5/5
11. Forever Winter (From The Vault) — 5/5
12. Begin Again — 5/5
13. Babe (From The Vault) — 4,8/5
14. Eyes Open — 4,8/5
15. Red — 4,8/5
16. Holy Ground — 4,8/5
17. Message In A Bottle (From The Vault) — 4,8/5
18. Better Man (From The Vault) — 4,8/5
19. Run (feat. Ed Sheeran) (From The Vault) — 4,8/5
20. Starlight — 4,8/5
21. The Moment I Knew — 4,8/5
22. Treacherous — 4,8/5
23. Girl At Home — 4,7/5
24. 22 — 4,7/5
25. The Very First Night (From The Vault) — 4,7/5
26. State Of Grace (Acoustic Version) — 4,7/5
27. I Knew You Were Trouble — 4,7/5
28. We Are Never Ever Getting Back Together — 4,5/5
29. Everything Has Changed (feat. Ed Sheeran) — 4,3/5
30. The Lucky One — 4,3/5
31. Stay Stay Stay — 4,3/5
32. Ronan — 0/0 (é injusto classificar essa)

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