[REVIEW] Cavetown – Cavetown (Self-Titled)


Cavetown

Cavetown



★ 9,0

Gênero: Rock/Pop
Selo: Self-released

No ano de 2015, Robbie lançaria o seu primeiro projeto em que entrou em diversas plataformas, e que não se limitaria apenas para os usuários da plataforma Bandcamp. O seu considerado primeiro álbum, mas que na verdade já era seu quinto, Cavetown (auto-intitulado) trouxe a mistura dos seus dois projetos anteriores combinados, o Everything is Made of Clouds e o Everything Is Made Of Stars. A escrita acerca de sua saúde mental, bem no estilo da Banda Twenty One Pilots como amamos, é muito superior comparado com as músicas antigas, que ainda com uma sonoridade muito atual, ele conseguiu fazer deste projeto um dos mais nostálgicos da carreira. Eu como grande fã do Robbie, eu vou dar nota alta sim, mas fazer oque né, fui comprado mesmo, e vou fazer isso porque o blog é meu, e eu faço oque eu quiser, beijo.

Na capa, apenas seu nome artístico em vermelho e uma arte escura, estilo 8-bit, apesar da capa não ser uma das melhores da sua carreira, ela permanece sendo icônica pro nível de desenvolvimento artístico de Cavetown da época.

A primeira faixa "Meteor Shower" entrega tudo que uma introdução a um álbum deve ter: o conceito, produção e arranjos daquilo que percorrerá por todo álbum, nessa música Robbie reflete sobre ter que fazer sempre os sacrifícios dentro do relacionamento que apesar de estar por um fio para acabar, Robbie lembra das pequenas coisas e momentos que tiram e sacrificam um pelo outro, "Não tem nada que eu, ou você, possamos fazer, então deixe as estrelas caírem" é a frase que Robbie mas tem de resumir o hino que esta música é. Robbie ama colocar eu-lírico de uma música dizer coisas para si mesmo como se estivesse dizendo para alguma pessoa de fora, ou seja, a música pode estar sendo uma mensagem de Robbie para si mesmo, que sempre faz os sacrifícios dentro do relacionamento dele com sua mente, diz que trocaria pedaços de seus próprios ossos para se manter vivo e com sanidade mental estável, por isso acho essa música, uma das mais geniais da sua carreira.

"Everything Is Temporary (Sticks And Stones)" transmite muito bem o sentimento de estar colidindo mentalmente e de forma épica e muito cinematográfica, me lembrando muito da trilha sonora do jogo Gris, e portanto, eleva o sentimento trazido pela primeira música, que dá um desfecho pro relacionamento cheio de sacrifícios da primeira faixa, Robbie faz um pequeno rap de uma maneira que me lembra muito Twenty One Pilots, e conta muito sobre como lidou com o seu parceiro amoroso antigo, que sempre dava tudo de si, e como aborda em Meteor Shower, pois sacrificava seus ossos pelo amado, e sente que perdeu muito tempo por uma pessoa que nunca esteve ali por ele, da mesma forma que ele esteve.

Após o término do relacionamento, em "We're Alive", ele se afoga nos seus pensamentos que o faz o refletir em tristeza, que o permite até fazer se questionar se a morte não seria boa pra fazê-lo parar de se machucar com tudo ao seu redor, o medo constante de mudança, e principalmente, a mudança das pessoas que o cercam e como todos os amigos foram embora, é o principal conceito que abrange a musica, e a maneira que ela é discorrida é linda. A produção que saiu diretamente de algum filme de terror infantil, o ar de estar assombrado pelo terror de si mesmo é muito presente na faixa e faz ela ser bastante angustiante, e isso é bom.

O seu medo de perder a pessoa que ele ama, ou que pode ser ele mesmo, que foi contada nessas três músicas se culminam em "Hazel", e Robbie pede para que seja confortado firmemente, pois precisa de uma direção em meio ao medo de perder pessoas. Quase como uma canção de ninar, quando está trovejando lá fora e a energia vai embora, e a sua mãe te pega no colo e te canta essa canção até adormecer, mas a única diferença é a bateria e a guitarra, óbvio né, e também com os pequenos sons eletrônicos agudos que trazem todo o ar de celestialidade, ingenuidade e infantilidade.

"Untitled V.2", uma versão aprimorada de Untitled de seu álbum passado, que por mais que não seja uma música inédita, foi uma adição genial para o álbum e que combinou com todo o conceito do álbum, e quando diz que "suas mãos são quentes demais pra segurar seu coração gelado" é que revela que todo esse tempo, esses sacrifícios não valeram de nada para essa pessoa que é tóxica e abusiva com Robbie, e o outro tema discorrido sobre crescer feio, ou diferente e sempre se portar igual criança, faz com que esse seja um dos motivos que o cantor imagina que recebe do parceiro amoroso. E antes a música parecia ser um tanto quanto simples, tomou proporções de um soft rock que a faixa merecia, e novamente os pequenos sons eletrônicos fazendo todo um ar diferente à música.
A "Intermission" que por mais que seja uma faixa interlude, e no geral não avalio interludes por justamente serem coisas que pro artista eram necessária pra desenvolver o álbum, soa muito bem na ocasião que foi inserida e preparando o ouvinte para a frieza que será as duas últimas músicas.

"Banana Bread" é onde Robbie se pergunta se é certo amar alguém quando está caindo aos pedaços, e com muita frequência e quase todos os dias, e pra amar essa pessoa verdadeiramente, precisa fugir e estar sempre em conflito com sua mente, e uma das maneiras de fugir é encontrar conforto em pão de banana, que dá nome à música, mas que no fim, acaba não conseguindo. É difícil lutar contra essa negatividade que cerca a vida jovem, então o melhor a se fazer é entender aquilo que é escuro, e entender que nem todo dia, todo mundo vai estar bem, é oque torna um pão de banana, até que enfim, docinho. Sua produção é lenta, bem como a intro dela, que é muito longa, mas as pequenas batidas de trap rápidas e certas partes que a música se torna muito maior e emocionante.

"Devil Town", trás tudo que é ruim que foi abordado nas outras faixas: sacrifício, depressão, medo de mudança, falta de conforto, abuso amoroso e falta de amor próprio, e põe um pouco de divórcio, insanidade e loucura no caldeirão de obscuridade mental que a música é, e que apesar de que o eu-lírico da canção ter medo do separamento dos seus pais e da constante mudança nesse inferno que ele chama de casa, ele tem alguém pra contar e diz que está tudo bem passar por tudo isso, enquanto estiver essa pessoa por perto. O sentimento de estar preso e vivendo algo que veio diretamente de um filme de terror está por toda a produção da música, o rock forte que emana uma camada densa de vermelhidão e que combina com o inferno pessoal do personagem da canção, põe o ouvinte em sentir seus mesmos medos e desejo de escapismo.

No fim, o todo do álbum se concentra em desenvolver um casal quebrado e que briga com constância e que não há maneiras de salvar esse relacionamento instável, e como o eu-lírico dos personagens são muito identificáveis, tornam a experiência muito mais confortável e acessível pra quem tem ouvidos ecléticos.

Meu ranking:
1. Meteor Shower — 5/5
2. Devil Town — 5/5
3. We're Alive — 5/5
4. Hazel — 5/5
5. Untitled V.2 — 4,8/5
6. Banana Bread — 4,7/5
7. Everything Is Temporary (Sticks And Stones) — 4,7/5
8. Intermission — 0/0

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